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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A HISTORIA DAS HISTORIAS EM QUADRINHOS - II

No período de 1940 até 1945 foram criados aproximadamente quatrocentos superheróis,
mas nem todos sobreviveram. O campo evoluiu, expandindo suas fronteiras e
tornando-se parte da cultura de massa. Dois merecem destaque: Batman, criado em 1939
por Bob Kane, uma figura sombria (inspirada na máquina voadora de Da Vinci e no Zorro)
cuja fama ultrapassaria a do Superman nos anos 80, e o Capitão Marvel, de C.C.Beck,
um jovem que ganhava poderes mágicos toda vez que falava a palavra Shazam!, um
acrônimo de nomes de deuses antigos. Vários personagens se alistaram e foram para a II
Guerra Mundial, e os quadrinhos se tornaram armas ideológicas para elevar o moral dos
soldados e do povo.
O maior ícone do período da guerra é o Capitão América, de Jack Kirby e Joe
Simon. Na capa de sua primeira revista ele combatia o próprio Adolf Hitler. Ao contrário
de outros heróis, que acabaram “recrutados” para lutar na Segunda Guerra Mundial, o
Sentinela da Liberdade foi criado especialmente com esse objetivo político.
Desde o início, a única arma que o herói usou foi um escudo. A princípio, quase
triangular, esta peça adquiriu, já na segunda edição, o formato circular famoso até os dias
de hoje. Em momento algum, o Capitão América usou qualquer outra arma. É como se
dissesse, para que todos ouvissem, que a “liberdade” é um valor que tem de ser defendido.
Por outro lado, isso representa também a imagem que os Estados Unidos tinham de sua
participação no conflito mundial, ou seja, aos próprios olhos, a América “apenas” defendiase
de ataques. Em todo o caso, seus companheiros de luta como o jovem Bucky, usava às
vezes uma metralhadora.
Outro fato curioso e que fala mais do imaginário dos norte-americanos do que da
realidade propriamente dita é a escolha do arqui-inimigo do Capitão. A origem de seu
oponente era de que o Caveira Vermelha foi treinado pelo próprio Hitler a fim de pôr em
prática os interesses do 3° Reich. No entanto, os nazistas sempre pregaram a superioridade
ariana como um dos princípios-chave de sua ideologia.
Nos anos 50 os quadrinhos foram alvo da maior caça as bruxas que já aconteceu
por este meio de comunicação de massa. O psiquiatra Frederic Wertham escreveu um
livro, A Sedução do Inocente (The Seduction of the Innocent), onde ele acusava os quadrinhos de corrupção e delinqüência juvenis. Nas 400 páginas de sua obra, o psiquiatra
alemão esmiuçou suas idéias sobre o “verdadeiro intento subversivo” por trás dos
quadrinhos. Dentre as hipóteses do tratado, havia a de que a Mulher Maravilha
representava idéias sadomasoquistas e a da homossexualidade da dupla Batman & Robin.
Entre outros argumentos de Whertham, também estão que os quadrinhos
incitavam a juventude à violência – bem como havia acontecido com o rock'n'roll –
havendo então um Código de Ética, para limitar e regular o que podia (e o que não podia)
aparecer nas páginas limitando assim o alcance e a maneira de enfocar os assuntos, o que
acabou por destruir todos os títulos de terror da EC Comics, exceto um, a revista
humorística: Mad.
Foi quando surgiu numa tira de jornal aparentemente inocente sobre um grupo de
crianças: Peanuts, de Charles M. Schulz. Charlie Brown, o personagem principal, é um
garoto de 6 anos, perdedor nato, simboliza a insegurança, a ingenuidade, a falta de
iniciativa; um eterno esperançoso. Seu cão, Snoopy, é um beagle filosófico em cima de sua
casinha vermelha. Esta tira marcou o começo da era intelectual dos quadrinhos, com uma
maior valorização do texto sobre as imagens.
Ainda na década de 50 o medo passou a estar em toda parte do mundo. Os
soviéticos fizeram a bomba atômica e os americanos atacavam contra tudo que soasse como
ataque velado e subversivo dessa superpotência ao seu “american way of life”. Enquanto,
na vida real, a população procurava comunistas debaixo da cama, nas páginas das histórias
em quadrinhos, os heróis faziam sua parte. Com o fim do conflito mundial e a polarização
de forças entre EUA e URSS, o alvo das investidas não era mais os alemães e japoneses.
Eram tempos em que se confundiam marxistas com comedores de criancinha.
Numa demonstração de que comuna bom é comuna morto, Namor rechaçava
insidiosos golpes de aquáticas foices e martelos, enquanto, de volta por um breve período
no ano de 1954, o Capitão América enchia de socos os anticomunistas.
Na década de 60 começou a Era de Prata dos quadrinhos que consolidaram a
renovação no mundo dos super-heróis iniciada com o novo Flash da DC Comics em
meados da década anterior. Logo após retornaram Superman, Mulher-maravilha, Batman,Aquaman, entre outros. Diante do sucesso da editora rival, em 1961, Martin Goodman, o
diretor da Atlas Comics (antiga Timely Comics), pediu a Jack Kirby e Stan Lee que
bolassem super-heróis capazes de fazer frente à Liga da Justiça da América. Os dois
aproveitaram, então, o conceito de uma criação prévia de Kirby, os Desafiadores do
Desconhecido, e acrescentaram superpoderes às personagens. Surgiu assim o Quarteto
Fantástico da Marvel Comics, empresa herdeira da Atlas.
Stan Lee e Jack Kirby desconsideraram todos os clichês das histórias de superheróis
existentes até então. Essa equipe de heróis não possuíam identidades secretas e eram
uma família ao invés de uma equipe. Sue e Johnny Storm eram irmãos, Reed Richards era o
noivo de Sue e Bem Grimm o amigo da família.
Reed Richards era um cientista que preferia usar seu intelecto a seus poderes
elásticos. O adolescente Johnny era o novo Tocha Humana. Sua irmã, Sue, podia se
tornar invisível e projetar campos de força. E Ben Grimm, era uma rochoso Coisa, era
dotado de enorme força, mas sua aparência aterradora ocultava a amargura de um ser
desfigurado. Então, estavam os heróis simbolizando os quatro elementos da natureza: água,
fogo, ar e terra respectivamente. Por trás de um grupo de amigos que, vitimados por um
"acidente cósmico", ganham superpoderes, havia um forte paralelo com a mais significativa
questão política daquele momento: a Guerra Fria e a paranóia anticomunista.
Em 12 de Abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o
primeiro ser humano a alcançar o espaço. A notícia surpreendeu os Estados Unidos e
acirrou os piores temores de seus habitantes. Era o auge da Guerra Fria. O duro golpe faz
o presidente John Kennedy jurar que os norte-americanos chegariam à Lua antes do fim da
década, derrotando a União Soviética naquela que viria a ser a Corrida Espacial.
O Quarteto Fantástico foi à resposta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da
nação. Eles personificavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a
arriscar tudo, até mesmo a própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha.
Já na primeira edição de Fantastic Four, Sue Storm não poupa esforços para persuadir o
relutante Ben Grimm a pilotar o foguete desenvolvido por seu amigo Reed Richards. “Ben,
nós temos que tentar! A não ser que você queira que os comunistas cheguem na frente”.

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